O multi-artista recifense Roberto de Melo Santos, em arte Di Melo, desde cedo se entregou e perseguiu o rumo das artes, nas áreas de canto, da composição, da poesia, do entalhe, da pintura e da interpretação. Em 1975, ainda jovem, Di Melo lançou um álbum homônimo, único álbum oficial da sua carreira até agora.
Ele passou muitos anos esquecido (como pôde?) pela grande mídia, mas seu nome nunca caiu no esquecimento popular. Pelo contrário, havia um mito em torno dele que só crescia. A lenda dizia exatamente o que ele é na realidade: um artista de múltiplos talentos, adorador de boa mesa, boêmio e, principalmente, muito mulherengo.
O próprio músico confirma a fama que o acompanhou a vida inteira: “Violeiro, cancioneiro, nordestino-brasileiro. Sou de pele, de cheiro, de pigmentação. Adoro cores, luzes e sabores, mulheres bonitas, cheirosas e sensíveis, sempre me emocionaram, fascinam e excitam, aliás, mexem com a minha libido.”
Havia também um boato que dizia que Di Melo morreu em desastre de moto. Foi daí que surgiu o apelido “Imorrível” que em 2009, Alan Oliveira e Rubens Pássaro em separado, um em Pernambucoe o outro em São Paulo, resolveram explorar e fizeram um curta-metragem (Di Melo, O Imorrível – Filme) sobre a carreira do artista, que ganhou novos rumos desde então.
Com a auto-estima elevada ao ponto máximo antes de se tornar arrogante que só tem quem tem certeza da qualidade excepcional do seu trabalho, ele afirma: “Meu som não deixa nada a desejar para o que houve, há, e, haverá no mercado musical. Digo, repito, atesto, e, assino embaixo, sem medo de errar e sem falsa modéstia. É muito swing, balanço, molho, charme e malemolência, nem Santo Antônio com gancho consegue segurar.”
É meu irmão, e é tudo isso mesmo! O som dele não pode ser mais bem descrito do que foi por ele próprio na frase acima. Se você me perguntasse com o que se parece o som dele, talvez eu dissesse, sem muita convicção, Novos Baianos. Mas não estaria muito correto, porque pode até lembrar, mas as melodias do Di Melo tem alguma coisa diferente, tem muito mais swing, tem funk, tem soul. Talvez seja mesmo o “molho, charme e malemolência” como ele diz, vai saber.
Ta aí um somzão pra embalar esse inverno longo e gélido que acaba de chegar. Esse eu garanto, todo mundo que baixar vai se viciar nessas músicas. Trabalho primoroso, de primeiríssima qualidade, este é imperdível!
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