1 de jul. de 2011

André Abujamra - Mafaro - 2010

Eu já estava aqui pensando em como começar esta resenha a uns bons 15 minutos. A dúvida consiste em: explicar, eu mesmo, o som que esta criatura, de forma incrivelmente mágica, conseguiu conceber, ou dizer que até mesmo gente como Marcelo Tas, Leoni e Maurício Pereira já fizeram resenha deste disco?

Pensei em começar pela primeira opção, mas nunca me pareceu tão difícil fazer a resenha de um álbum quanto este. O som é absolutamente indefinível. Já começar dizendo que gente renomada já escreveu uma resenha, você, claro, vai parar de ler a minha aqui e vai procurar a daqueles caras ali. Na verdade, como eu sempre publico o contato dos artistas no fim do post, você ia ver o que eles escreveram de qualquer maneira. Desse jeito fica difícil escrever alguma coisa, pô, sou de carne e osso.

O multifacetado André Abujamra é cantor, compositor, multi-instrumentista e ator brasileiro. Você já até deve conhecê-lo das telenovelas e séries da rede plim-plim. Ele também já criou trilhas sonoras e jingles para TV e cinema. Mas agora ele se apresenta como o André Abujamra músico, cantor e compositor.

Este som é como se você pegasse o reggae e batesse no liquidificador com pop e afro-beat. Você prova e vê que ainda não está bom. Adiciona um rock, uns metais, e uma poesia no meio disso tudo. Prova e ainda não está ok, então você decide colocar umas guitarras, fazer uns sambinhas, às vezes um ska, um carimbó, e outros tanto ritmos da nossa terra. Verifica que falta alguma coisa, algo como a cereja do bolo, que dá o tom e o sabor essencial a essa mistura. É aí que entra o André Abujamra, para criar ordem a partir do caos, e reunir com excelência os tão diferentes ingredientes em uma única obra.

E a experiência a partir dessa “vitamina” foi tão forte que não bastou um CD em áudio. Foi preciso que André inventasse um show-filme para conseguir manifestar todas as faces deste trabalho experimental. Nele, a performance tem o mesmo peso da música e um não existe em sua plenitude sem o outro. “Mafaro” é o nome deste disco, terceiro da carreira solo de André, e segundo ele, “mafaro” significa alegria no dialeto zimbabuano, mas vai saber.

Neste projeto, são dez músicos e um VJ sobre o palco, além de quatro telões que ficam passando cenas gravadas especialmente para o espetáculo. Em um dos telões fica a imagem do artista convidado participante da canção. Mas pensando bem, tá bem comunzinho pra quem já dividiu os palcos na época de Karnak, com 13 músicos, duas baterias e um cachorro.

O disco foi gravado em 2010 e teve seu embrião formado em diversos estúdios diferentes. Alguns sons inclusive, foram captados por gravadores portáteis para complementar a obra. Este disco experimental reúne muitas influências distintas para produzir uma sensação única a quem o ouve ou assiste ao show-filme. É genial! É preciso conhecer este trabalho inovador para entender o cenário musical daqui a uns 10, ou 15 anos. Este cara está a frente de nosso tempo, sem dúvida.


Quero agradecer pessoalmente ao André Abujamra, que autorizou e apoiou a divulgação do disco por aqui, e ainda nos fez a gentileza de divulgar o blog para mais de 20.000 followers no Twitter. Valeu mesmo, André!

Um abraço, galera, até mais!

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3 comentários:

Leandro Boarim disse...

Que completo! esses metais são um tapa no ouvido! mt bom...

Rodrigo Pinheiro disse...

André é maravilhoso! Amo o trabalho desse cara. Fiz uma proposta de intervenção urbana na faculdade de Artes Visuais e propus músicas do André. A principal era Imaginação, desse album e 70% de O Infinito de Pé.
Sou louco para assistir a um show do cara.

P.S.: Ao pegar o iPhone para ter certeza do nome do Album onde a faixa 70% está... A minha bateria estava em 70%. Louco não?! :-P

Luan Barreto disse...

Legal, pessoal! Obrigado pelos comentários. Este disco do André Abu é demais mesmo. Continuem participando sempre!